5 técnicas de abordagem para reuniões comerciais (e como não ser ignorado pelo cliente)
- Mariana Albuquerque
- 6 de jun.
- 5 min de leitura
Você consegue marcar uma reunião com aquele lead promissor. A expectativa está lá em cima. Mas, quando a conversa começa... o cliente parece desinteressado, responde por educação e, no final, diz que vai “pensar e dar um retorno”. Spoiler: ele nunca volta.
Esse cenário é mais comum do que parece — e o problema nem sempre está no que você vende, mas em como você começa a conversa.
No universo das vendas consultivas, a abordagem comercial é um divisor de águas. Uma boa abordagem não só conquista a atenção do cliente, mas também abre espaço para uma conversa real, que gera conexão, confiança e, no final, conversão.
Mais do que fórmulas prontas, o que você precisa é de método, escuta ativa e estratégia. Neste artigo, você vai aprender 5 técnicas de abordagem para reuniões comerciais que aumentam (e muito) suas chances de ser ouvido — e lembrado.
Técnica 1 – Personalização inteligente: vai além do “vi seu perfil”
“Vi seu perfil no LinkedIn e achei interessante.” Se sua abordagem começa assim, você já está no mesmo barco que 90% dos vendedores — e o cliente sabe disso.
Personalização de verdade vai além da frase genérica. Ela mostra que você fez o dever de casa: pesquisou sobre a empresa, entendeu o contexto do segmento, viu uma movimentação recente ou até mesmo identificou uma dor clara no posicionamento atual do negócio.
O que funciona:
Citar um dado público recente da empresa (contratação, lançamento, crescimento);
Relacionar sua solução com um desafio específico daquele mercado;
Fazer perguntas personalizadas, que não serviriam para qualquer cliente.
Exemplo: “Notei que a empresa de vocês cresceu no último trimestre e abriu duas novas unidades. Imagino que o time comercial esteja enfrentando novos desafios de escala. Quero te mostrar como a gente tem ajudado negócios nesse exato momento de expansão.”
➡️ Isso gera interesse, porque parte da realidade do cliente, e não de um script reciclado.
Técnica 2 – Criação de rapport com propósito
Criar conexão é importante — mas precisa ser autêntico e relevante. Nada de forçar um “vi que você gosta de surf” se isso não tem nada a ver com o contexto da conversa. O rapport eficaz em reuniões comerciais é aquele que abre espaço para confiança sem fugir do foco.
Aqui, o segredo é alinhar humanidade com objetividade. Você não está ali só para vender; está para entender, propor e colaborar. Quando o cliente sente que está sendo ouvido de verdade, ele relaxa — e passa a considerar você como parceiro, não como mais um vendedor na fila.
Como aplicar:
Use observações genuínas sobre o negócio dele, e não sobre sua vida pessoal;
Traga casos semelhantes de clientes com os quais você já trabalhou, criando identificação;
Demonstre que você está ali para conversar, não para despejar um pitch decorado.
Exemplo: “Conversei recentemente com uma empresa do mesmo setor que vocês, e percebi que o desafio era muito parecido: vários leads entrando, mas poucos realmente prontos para comprar. Isso ressoou com algo que você está enfrentando hoje?”
➡️ Com isso, você quebra o gelo sem fugir do assunto. E ainda abre espaço para o cliente se expressar.
Técnica 3 – Mapeamento de dores antes de oferecer soluções
A pressa em apresentar sua solução pode ser o que está te fazendo ser ignorado. Antes de querer mostrar o que você vende, mostre que você entende o problema.
Mapear as dores do cliente não é só fazer perguntas — é escutar com atenção, aprofundar o contexto e evitar suposições. O segredo aqui é deixar o cliente se sentir compreendido antes de tentar convencê-lo de qualquer coisa.
Como aplicar:
Comece com perguntas amplas e vá afunilando conforme a conversa evolui;
Valide o que o cliente está falando com exemplos ou insights;
Evite interromper para já “encaixar” sua solução no meio da fala.
Exemplo: “Hoje, o maior gargalo está na geração dos leads ou na conversão desses leads em clientes? Isso muda totalmente o tipo de ação que funciona melhor.”
➡️ O cliente entende que você não está ali para empurrar algo pronto — está ali para resolver de forma personalizada.
Técnica 4 – Proposta de valor clara e objetiva
O cliente precisa entender rapidamente o que ele ganha com essa conversa. Se, nos primeiros minutos, ele não enxergar valor, a chance de dispersar (ou te ignorar no follow-up) é enorme.
Aqui, o foco é ser cirúrgico: diga o que você faz, para quem faz e qual transformação você entrega — sem enrolação, sem jargões técnicos desnecessários.
Como aplicar:
Use uma frase simples e poderosa para explicar seu diferencial;
Mostre que você resolve um problema real, com provas ou exemplos rápidos;
Contextualize o valor da sua solução com base no que o cliente acabou de te dizer.
Exemplo: “Ajudamos empresas que já têm leads entrando, mas perdem vendas por desorganização ou falta de processo. Em 90 dias, conseguimos aumentar a taxa de conversão em até 40% só ajustando o atendimento e a gestão comercial.”
➡️ Claro, direto e com um ganho real e mensurável. Isso mantém o cliente interessado — e querendo saber mais.
Técnica 5 – Fechamento com CTA estratégico (mesmo que o cliente não feche agora)
A pior forma de encerrar uma reunião comercial é com um “então tá, qualquer coisa me chama”. Isso coloca todo o peso da decisão no cliente e deixa a conversa solta — sem continuidade, sem clareza e sem controle.
Mesmo que o lead ainda não esteja pronto para fechar, é seu papel conduzir o próximo passo com inteligência. Um bom fechamento sempre deixa uma ponte aberta: um prazo, um envio de material, um novo contato, uma proposta alinhada.
Como aplicar:
Pergunte diretamente qual é o melhor próximo passo para ele;
Combine datas específicas para follow-up;
Deixe claro que você vai continuar por perto, sem ser invasivo.
Exemplo: “Se fizer sentido pra você, posso montar uma proposta adaptada ao seu cenário e te enviar até sexta. A gente se fala na próxima terça, tudo bem?”
➡️ O cliente percebe profissionalismo, interesse e comprometimento. Isso muda completamente a forma como ele vai lembrar de você.
Ser ignorado em uma reunião comercial nem sempre significa que seu produto não tem valor. Muitas vezes, o problema está na forma como você se apresenta, conduz a conversa e entrega sua proposta.
Boas abordagens são construídas com intenção. Elas combinam preparação, escuta ativa, empatia e direção. Quando você se posiciona como alguém que entende o cliente — e não como mais um vendedor genérico —, a chance de fechar aumenta (e muito).
Seja você um empresário, SDR ou consultor comercial, lembre-se: abordagem é técnica. E técnica pode (e deve) ser aprendida.
Comece aplicando uma dessas estratégias já na próxima reunião. Ajuste o tom, refine o discurso e, principalmente, demonstre valor antes de falar de preço.
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